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sábado, 8 de maio de 2010

Ala 26.

Minha historia começa quando minha mãe mudou de profissão
Minha mãe era médica geriátrica(que cuida de pessoas idosas), mas o seu chefe disse que ela deveria iniciar um curso de doentes em fases terminais. Minha mãe na hora não aceitou muito bem a idéia de dar atenção à pessoas que dali um tempo já estariam para morrer. Mas como sua profissão exigia esse curso, ela acabou aceitando.
Nos primeiros dias de curso, ela não entendeu como o acompanhamento de médicos iria ajudar na recuperação parcial de doentes terminais, mas com o tempo ela foi entendendo. Chegava em casa à noite meio deprimida e as vezes ate chorando, mas uma das principais lições do curso era : Nunca se apegue a um paciente e nem deixe que ele se apegue a você. Com o tempo minha mãe foi se acostumando e foi dando conta como uma profissional, e não chegava mais deprimida e sim mais feliz. Na época eu tinha 14 anos e eu estava na minha fase rebelde, em que todos os adolescentes devem passar um dia, então minha mãe decide me levar na clínica, e disse que eu deveria conhecer todos os pacientes em fases terminais, de tanto minha mãe insistir, acabei indo.
Quando eu entrei na clínica, me passou um ar triste, tudo apagado...
Mas fui andando por um corredor estreito e vi pacientes da clinica cantando, brincando, conversando como se fossem pessoas normais. Não gostei daquele lugar, pois não entendia como pessoas prestes a morrer poderiam estar felizes...
As portas de todos os quartos estavam abertas, mas havia uma em que estava fechada, em que na porta dizia : ALA 26 Michael Seater.
Perguntei a minha mãe porque que na ALA 26 a porta estava fechada.
Minha mãe respondeu que Michael era um garotinho de 14 anos que não gostava de se misturar com os pacientes mais velhos, pois só havia ele na clínica com aquela idade.
Na hora do café da tarde todos os pacientes, inclusive os médicos foram tomar café, menos Michael. Uma enfermeira foi levar o lanche para Michael, esperei ela sair e fui de passo a passo em direção à ALA 26, cheguei de frente para a porta, coloquei minha mão na maçaneta e torci devagar até a porta ir abrindo lentamente. Comecei a ver a cama e uma pessoa em cima que deveria ser Michael. Entrei, e disse:
Então, você é Michael Seater?
Quem é você?
Filha da Dra. Mary. Meu nome é Amanda
Hum!, sou sim, me chamo Michael Seater, e o que você está fazendo aqui o refeitório e seguindo esse corredor à esquerda...
Não, não quero encontrar o refeitório, apenas quero conversar com alguém da minha idade, aqui só tem velhos!!!
Sim, e é por isso que nunca vou à lugar nenhum!
Então você não tem amigos?
Amigos? Não, a única vez que eu tive amigos foi antes de eu descobrir essa doença em que vai me matar em pouco mais de 3 meses!
Me desculpe por tocar nesse assunto, mais, que doença que você tem?
Câncer, e os médicos disseram que nem com tratamento, não tem cura!
Ah!, me desculpe!
Não, tudo bem todos perguntam o que eu tenho, já me acostumei, eu só evito de falar, pois quero ficar em paz esse resto da minha vida.
Mas, eu posso ficar aqui conversando com você, porque lá fora só tem velhos!
Claro!
Me conta um pouco sobe você.
Bom, quando eu era pequeno e cantava muito bem, mas eu sofria muito com o meu pai que bebia, chegava em casa muito ruim e batia em mim e em meus irmãos
Nossa!
Pois é, e depois de um tempo, de tanto beber, ele faleceu, mas antes ele disse uma coisa
apenas pra mim, pois eu o enfrentava, ele disse:
Que se ele morresse, ele voltaria pra me buscar, e que eu teria uma doença, que em poucos meses eu morreria. E foi realmente o que aconteceu, e ainda disse mais “filho, eu não estou te rogando uma praga, peço até que me perdoe, mas se você não visitar meu túmulo, ou mandar alguém levar umas flores, pode ter certeza que tudo o que eu disse acontecerá!”
Minha mãe falou pra mim não temer, porque ele era apenas um pobre coitado que caiu na perdição da bebida, mas mesmo assim, sempre tive medo dessa maldição, mas nunca levei as tais flores e nunca visitei-o depois de sua morte, e sei que de onde ele estivesse iria rogar a tal praga em mim... Foi o que ele fez!
Mas, mas não há mesmo nenhuma maneira de você não morrer...
Hã?
Desculpe, não foi isso que eu quis dizer, quis dizer se eu fosse entregar as tais flores no túmulo dele se talvez de onde quer que ele esteja veja que eu fui la, e reverteria essa maldição, o que você acha?
Tenho certeza de que não vai funcionar, porque, porque...
Não custa tentar... Onde ele está enterrado? Eu quero tentar o que for pra ajudar UM AMIGO.
Ele está no cemitério de FOWREST LOWN aqui mesmo em Los Angeles.
Sei onde fica, eu vou lá, mas vou agora, antes que a minha mãe descubra que eu estou aqui...
E Amanda ia se dirigindo à porta quando Michael disse:
Hei, amiga, OBRIGADA, você realmente é minha amiga, nunca ninguém fez nada parecido por mim, mas sinceramente acho que ninguém pode mais me ajudar.
Mas, eu vou tentar!
E Amanda dirigiu-se até a porta do Cemitério Fowrest Lown e procurou pelo sobrenome Seater, até que achou Joseph Seater, seu pai. Colocou as flores se ajoelhou e rezou pedindo para que seu novo amigo vivesse por muito tempo e que sua doença fosse curada. Quando se levantou, o sol que ainda havia no céu as seis da tarde, sumiu, na hora nuvens tomaram o lugar dos raios solares, e uma grande chuva se aproximara. Amanda saiu correndo, já que começara a chover, todos na rua comentando sobre a estranha mudança de clima no final da tarde, mas Amanda sabia qual a real causa da chuva repentina. E Amanda volta à clínica
Michael, a chuva, a chuva...
Que que tem a chuva?
Foi seu pai, eu rezei e coloquei a tal flor, e até me ajoelhei, pois quando me levantei o clima mudou, o sol se foi e deu lugar a essa tempestade!
Eu disse, isso tudo é culpa dele!
Bom, mas eu fiz o que ele queria!, Eu sei que você vai melhorar!
Você acha mesmo?
Sim.
Michael estava muito exausto então adormeceu no colo de Amanda, e ela adormeceu.
Sua mãe estava desesperada pois não sabia que ela e Michael estavam juntos, não sabia nem que eles já se conheciam, mas sua mãe a procurou em todas as alas, mas como última opção decidiu procurar Amanda na ALA 26, e sua mãe foi em direção a porta, mas estava desacreditada de que ela poderia estar lá, pois sua filha achava aquilo um “tédio total”, quando sua mãe abriu a porta se espantou, pois diferente do que ela pensava, Amanda estava sim na ala 26, e junto com o Michael Seater, sua mãe ficou muito feliz, pois Amanda estava realmente estendendo a importância de dar atenção aos pacientes em fases terminais, mas a Dra. mal sabia o que já tinha acontecido, sobre o cemitério, o pai de Michael, o câncer.
Então sua mãe sussurrou:
Amanda, Amanda, acorda!
Amanda abriu os olhos olhou no relógio e sussurrou:
Mãe, o que...
Vamos ta na hora de ir embora!
Já vou.
Se levantou devagar para não fazer barulho e acordar Michael, e foi embora.
No carro sua mãe começou a interroga-lá:
Qual é o nome daquele paciente?
Michael Seater.
Vejo que fez amizade com ele.
Sim, fiz sim, é o único da minha idade, já estava ficando entediada, até que o conheci.
Hum, e o que ele tem?
Ué, você é a médica, você deveria saber!
Eu só cuido dos mais velhos, as enfermeiras que cuidam dele.
Talvez seja por isso, que não tem ninguém pra conversar com ele, isso não é bom pra recuperação dele, não é Dra.?- em tom de desafio.
Ah!, então se você acha que vai ser melhor pra recuperação dele você vir, então venha comigo depois da aula todos os dias!
Pois eu venho!
E chegando em casa Amanda se trancou em seu quarto e passou a noite inteira pesquisando sobre o câncer, pra descobrir se poderia haver cura em pacientes terminais. Não encontrou nada, porém se isso fosse realmente uma maldição, ela talvez achasse um jeito de reverte-la.
Pesquisou, a noite inteira, e assim foi durante 3 meses, indo todos os dias visitar seu amigo, foi lendo sobre a doença, e conversou com os médicos responsáveis, até que um deles deu uma triste notícia:
Amanda, seu amigo, Michael tem no máximo mais uma semana de vida, além do câncer ele esta com infecção generalizada e não vei ter como escapar dessa, acho que você é a pessoa mais adequada a dar a notícia e ele.
Amanda não conseguiu se conter e começou a chorar muito, mas sabia que tinha que ser forte, então decidiu não contar a notícia ruim para seu melhor amigo. Pelo contrário, ela estava tentando achar uma maneira de falar que poderia tirar a maldição e que tudo iria ficar bem.
Seis dias se passaram e como o médico disse hoje seria seu último dia de vida, e Michael já não estava tão bem como à três meses atrás, e ela sabia que deveria se despedir, pois mais cedo ou mais tarde o pior iria acontecer.
Amanda dirigiu- se até o quarto em Michael estava, pois havia sido transferido para a U.T.I. Por causa de seu estado clínico, ela se aproximou e foi falar com ele.:
Oi, Michael, como você está?
Por que estou na U.T.I.?, Eu não estou bem não é verdade?
Claro que está bem, eles só te colocaram aqui para garantir, e monitorar você, mas está tudo bem, fica tranqüilo tá?
Você jura?
Amanda derrama uma lágrima, cruzas os dedos e diz:
Juro!
Porque você está chorando?
É de alegria, porque eu sei que você vai sair daí daqui uns tempos.
E Michael deu um pequeno sorriso, já com seus rosto pálido e sob efeito de sedativos e analgésicos.
Os médicos então, avisam Amanda, de que o Michael não tem mais jeito, e vão desligar os aparelhos.
Mesmo muito triste, ela sabia que era a forma correta de acabar com o sofrimento dele.
Então Amanda inventa de que achou na internet uma maneira de reverter a maldição, mas que pra isso ele iria ter que cheirar um negócio que os médicos iriam dar para ele, que na verdade era uma anestesia geral, e disse que quando ele acordasse ele estaria curado, mas a realidades era que quando dessem a anestesia ele dormiria, e não acordaria mais
Michael, então fica tranqüilo, que quando você acordar eu vou estar aqui, esperando por você. EU PROMETO!
Michael derramou uma lágrima e disse:
Eu sabia que você iria achar uma jeito! Quando eu acordar, quero ir tomar sorvete, faz muito tempo que eu não tomo!
Amanda começa a chorar e diz:
Eu vou te levar, quando você acordar tá bom? Adeus Michael!
Adeus Amanda!
E essas foram suas últimas palavras, a última lágrima de Michael é derramada, e os médicos aplicam a anestesia. Michael solta a mão de Amanda, e dorme para sempre. Amanda chora, mas é um choro de felicidade, pois sabe que um dia eles irão tomar sorvete, assim que Michael acordar.
FIM.

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